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De caso pensado

Tem gente que trai uma vez, sente culpa e nunca mais repete. Outras pessoas fazem do ato um estilo de vida. Tudo por baixo dos panos, é claro, porque infidelidade requer discrição, mentiras e muita omissão. Há quem consiga relevar. Outros não suportam sequer ouvir falar no assunto. Agiu sem pensar? Caiu em tentação? Todo mundo pisa na bola. Mas se o "crime" foi planejado nos mínimos detalhes... Aí sai de baixo, é só uma questão de tempo até a farsa ser descoberta e o circo pegar fogo.
Freud explica

Para a traição não existem justificativas, mas razões: necessidade de autoconfiança, vaidade, insatisfação no relacionamento, carência, aventura, status, vingança, trair para ter certeza que ama, porque a grama do vizinho é mais verde, pela sensação de liberdade, de poder, de perigo. São infinitos os motivos, mas a antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Mirian Goldenberg, autora de Infiel: notas de uma antropóloga (Editora Record), prefere ressaltar os culturais: "A cultura brasileira estimula a infidelidade. De acordo com a minha pesquisa, os homens se inserem no quadro de machistas, galinhas e infiéis. Mas a questão é que tanto eles quanto as próprias mulheres acreditam neste modelo de masculinidade e acabam por reforçá-lo".

O sexólogo, terapeuta sexual e diretor do ISEXP (Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática), Celso Marzano, faz dessas as suas palavras, e acrescenta: "Os homens são educados a não desperdiçarem nenhuma chance de demonstrar sua masculinidade e sexualidade. Por isso, a tolerância com a traição masculina sempre foi maior do que com a feminina. Mas o mito ainda presente é de que os homens traem mais. Será?", diz Celso.

Segundo a psicóloga Olga Inês Tessari, sim, aparentemente quem trai mais é o homem, "Mas as mulheres estão se tornando mais independentes e, por isso, o número de traidoras vem crescendo bastante". Já para Celso Marzano, o sexo dito frágil passou a assumir uma postura diferente em relação à sua expressão sexual. Portanto, ninguém está livre do pecado: homens e mulheres estão, ambos, sujeitos a puladinhas de cerca.
Descobrindo a traição

Primeiro, faça um rápido diagnóstico da relação. "Relacionamentos monótonos, que caem na rotina, sem fantasia e imaginação, são convites ao adultério. Pessoas insatisfeitas ou com a autoestima abalada e uma vida sem emoções tornam-se fragilizadas e, de certa forma, suscetíveis a novas situações que tragam adrenalina, excitação e sensações desconhecidas", avisa o sexólogo Celso Marzano.

Segundo Marzano, se o relacionamento estiver ruim, com muitas discussões e agressões verbais, gerando muita ansiedade e tristeza, a traição também pode aparecer, nem que só como um pensamento passageiro na cabeça do parceiro. Daí para as vias de fato pode ser um pulo.

Siga as pistas

Se a suspeita anda te atormentando, chegou a hora de tirar a prova real. Todo homem ou mulher deixa pistas pelo caminho da traição, não será muito difícil você perceber se está ou não sendo traída. Basta observar com atenção o comportamento do parceiro que facilmente muda quando está sendo infiel.
Veja as 10 pistas de uma traição, tanto de homens quanto mulheres. Fique de olho!

- Expressão corporal: quando a gente mente ou engana, geralmente o corpo tende a nos denunciar. Encolhemos os ombros, piscamos muito e enrugamos a testa.

- Evidências: marcas no corpo, na roupa e cheiros estranhos.

- Telefonemas estranhos, sem explicação ou lógica, e, quando atendidos, geram nervosismo, tremores, mudança de tom de voz, ansiedade evidente e saída do ambiente.

- Mudança de comportamento e de atitudes no dia-a-dia.

- Mudança no horário de sair ou de chegar em casa.

- Disfunções sexuais: podem ter como causa a culpa, dor na consciência, etc.

- Sugestão, que não médica, do início de uso do preservativo.

- Vaidade: do dia para a noite, começa a passar mais perfume, comprar roupas novas e se matricula numa academia.

- Dinheiro: começa a esconder as contas ou passa a recebê-las no trabalho para esconder gastos suspeitos, números de telefone "estranhos" que chegam na cobrança etc.

- Ele ou ela se incomoda de ver você muito quieto(a). Pode ser culpa, medo de que você desconfie da traição.

Se o seu namorado ou marido apresentou alguns desses sinais, não se desespere. Pode ser alarme falso, mas vale uma investigada! O importante é, acima de tudo, aprender a dialogar. "O DR (discutir a relação) e o DRS (discutir relacionamento sexual) assustam, mas é com o diálogo que se aprende a aceitar o outro como ele é, encontrando caminhos para a solução - e mesmo prevenção - de problemas", finaliza o sexólogo Celso Marzano.

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